Lifestyle Portugal
Em Portugal, estima-se que a obesidade é o um dos principais problemas de saúde pública. A base do tratamento desta doença passa por efetuar escolhas alimentares mais saudáveis e aliar a isso a prática de exercício físico.
A obesidade é uma doença metabólica crónica, caraterizada por um aumento de armazenamento de gordura no corpo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a obesidade é vista como o maior problema crónico de saúde em adultos.
Esta doença é uma das principais causas de morte e afeta, não apenas a população adulta, como também as crianças e adolescentes em todo o mundo.
Obesidade no mundo
Esta doença tem vindo a aumentar ao longo dos anos, dados relativos a 2016 estimam que mais de 1,9 bilhões de adultos com idade superior a 18 anos têm excesso de peso e que destes, 650 milhões têm obesidade. Nesse mesmo ano, 340 milhões de crianças e adolescentes (entre os 5 e 19 anos), tinham excesso de peso ou obesidade.
Em 2019, aproximadamente 38,2 milhões de crianças (com idade inferior a 5 anos) possuíam excesso de peso ou obesidade.
Obesidade em Portugal
Estima-se que os hábitos alimentares inadequados interferem na perda de anos de vida saudável na população portuguesa. A alimentação de uma forma direta ou indireta está relacionada com o surgimento de doenças como doenças cardiovasculares, metabólicas, respiratórias, oncológicas, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, excesso de peso e obesidade.
Em Portugal, estima-se que a obesidade é o principal problema de saúde pública, afetando mais de metade da população adulta e mais de um quarto das crianças e adolescentes. Os indivíduos com mais de 65 anos têm uma prevalência de excesso de peso superior a 80%. O número de indivíduos com esta doença tem vindo a aumentar ao longo dos anos nos vários grupos etários.
Dados apresentados no Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física realizado em 2017, revelam que 5,9 milhões de portugueses (aproximadamente 6 em cada 10) sofrem de excesso de peso ou obesidade. Os idosos são mais vulneráveis, pois 8 em cada 10 apresentam esta doença.
Torna-se fulcral intervir tanto na prevenção, através da promoção de um padrão alimentar saudável aliado à prática de exercício físico, como apostar numa terapêutica adequada para os indivíduos com excesso de peso.


A obesidade contribui para um aumento do risco de desenvolver certas patologias como cancro, diabetes, doenças cardiovasculares, metabólicas e respiratórias.
Esta doença apresenta custos cada vez maios elevados para o indivíduo, famílias e consequentemente para o sistema de saúde.
Fatores que podem contribuir para o ganho de peso:
- Etnia;
- Género;
- Idade;
- Social;
- Literacia;
- Nível socioeconómico.
O fator social pode contribuir para o aparecimento ou agravamento do excesso de peso e obesidade. O fator económico desempenha um papel fundamental, isto porque, indivíduos com rendimentos mais baixos tendem em comprar alimentos mais acessíveis e por sua vez com uma maior densidade calórica. A insegurança alimentar deve-se aos fatores económicos e à dificuldade em adquirir determinados alimentos nutricionalmente equilibrados/adequados.
Etiologia da Obesidade
A causa desta doença é multifactorial. A predisposição fisiológica, fatores socioambientais e psicológicos e comportamentais promovem o excesso de peso.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é estimado através do peso e da altura do indivíduo. IMC de 25kg/m2 ou superior indica excesso de peso e posteriormente obesidade (tipo I, II e III).

Consequências do excesso de peso e obesidade:
- Doenças cardiovasculares;
- Diabetes;
- Distúrbios músculo-esqueléticos (osteoartrite, doença degenerativa das articulações);
- Cancros (mama, ovários, próstata, fígado, vesícula biliar e cólon).
A obesidade infantil está associada a um maior risco morte prematura e de prevalência da doença na fase adulta. A doença contribui para o aparecimento de comorbilidades como problemas respiratórios, hipertensão, doenças cardiovasculares e resistência à insulina.
Tratamento da Obesidade
A base do tratamento da obesidade passa por efetuar escolhas alimentares mais saudáveis e a prática de atividade física.
A perda de peso é alcançada através da redução calórica e o exercício físico ajuda a manter o peso perdido. Assim, deve ser privilegiado o consumo de alimentos de baixa densidade energética, fruta e hortícolas.
O consumo de alimentos ricos em gordura contribui para uma ingestão calórica diária excessiva e consequente aumento do peso.
O consumo de frutas e hortícolas, que fornecem elevados tores de água e fibra, aumenta a sensação de saciedade. Em contrapartida os alimentos com teor elevado de açúcares ou amidos refinados induzem uma diminuição da saciedade.
Estratégias a adotar na obesidade:
- Reduzir a ingestão de açúcares;
- Reduzir a ingestão de alimentos ricos em gordura;
- Utilizar especiarias em detrimento do sal;
- Aumentar o consumo de fruta;
- Aumentar a quantidade de legumes nas refeições principais, através da ingestão de sopa e no prato principal;
- Seguir um padrão alimentar saudável como a dieta Mediterrânica;
- Incluir refeições intermédias, com o intuito de controlar o apetite;
- Realizar a refeição com tempo, mastigar bem os alimentos;
- Aumentar a prática de atividade física;
- Fazer escolhas conscientes e o mais saudáveis possíveis;
- Promover a literacia alimentar.
Fracionar as refeições diárias
Uma das estratégias para redução do peso e respetiva manutenção passa por fracionar as refeições ao longo do dia, consumindo alimentos mais saudáveis e com teor calórico reduzido.
O fracionamento das refeições resulta numa redução do apetite, induzindo a perda de peso.
Whole Food Plant Based
A alimentação plant-based privilegia o consumo de produtos de origem vegetal, como cereais integrais, frutas, vegetais, leguminosas, frutos secos, sementes e gorduras saudáveis e a redução do consumo de produtos de origem animal como laticínios, ovos, carne, peixe, maionese, entre outros. Além disso também se foca na escolha de alimentos menos processados, locais e sazonais.
A dieta plant-based tem sido largamente estudada nos últimos anos, nomeadamente na prevenção de diversas doenças prevalentes na nossa sociedade. De acordo com a American Dietetic Association este tipo de alimentação poderá prevenir o surgimento de doenças oncológicas, doenças cardiovasculares, hiperlipidemias e doenças autoimunes e obesidade. Este tipo de alimentação também apresenta menor impacto ambiental, é mais sustentável e económica.
De forma a atingir o objetivo, redução do peso ponderal, o indivíduo deve ser acompanhado por um nutricionista que realize um plano alimentar tendo em conta as preferências, preterências, profissão, nível de atividade física, estilo de vida e cultura. O cumprimento do plano leva a que os resultados sejam atingidos de uma forma mais rápida e eficaz.
Com o intuito de promover hábitos alimentares saudáveis e adequados à prevenção e manutenção do peso deve ser promovida a literacia alimentar e implementar medidas de acesso aos alimentos e realizar um adoção de hábitos alimentares individualizados.
Referências Bibliográficas
Camolas, J., Gregório, M. J., Sousa, S. M., & Graça, P. (outubro de 2017). Obesidade: Otimização da abordagem terapêutica no serviço nacional de saúde.
Graça, P., Gregório, M. J., Sousa, S. M., & Camolas, J. (julho de 2018). Alimentação Saudável: Desafios e Estratégias. Lisboa: Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.
Martínez-González, M. A., García-Arellano, A., Toledo, E., Salas-Salvadó, J., Buil-Cosiales, P., Corella, D., et al. (2012). A 14-Item Mediterranean Diet Assessment Tool and Obesity Indexes among High-Risk Subjects: The PREDIMED Trial.
Pinho, I., Rodrigues, S., Franchini, B., & Graça, P. (fevereiro de 2016). Padrão alimentar mediterrânico: promotor de saúde.
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